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UMA TRAMA VERMELHA DE CUIDADO E RESISTENCIA FEMINISTA

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Durante a pandemia vimos o aumento da violência, da solidão e da exploração dentro dos nossos lares e espaços de trabalho. Hoje, no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, reivindicamos que a violência não vai parar se não exigirmos uma mudança. Agora mais do que nunca, mulheres e dissidências recebemos o peso da sociedade nos nossos ombros e sustentamos o peso da crise do cuidado de pessoas nas nossas mãos. 

Chamamos a todas as mulheres e dissidências a tramar a linha vermelha de cuidado e resistência feminista em cada cidade, estado e país. Precisamos reorganizar nossos lares e comunidades como lugares de solidariedade e poder político. Espaços para traçar e recuperar, para resistir e chorar aqueles que perdemos. 

No dia 8 de março vamos parar. Vamos fazer greve porque estamos cansadas do nosso trabalho ser dado por garantido. Faremos greve contra à violência do dia-a-dia nas nossas vidas. Vamos parar, porque não podemos nos permitir não fazê-lo

Agora trabalhamos tripla jornada: nosso trabalho pago, o trabalho doméstico não remunerado e a educação dos nossos filhos durante a pandemia. Nosso trabalho doméstico e trabalho de cuidado de pessoas continua a ser subestimado, sem reconhecer que sem ele o mundo para. É assim que a sociedade tem conseguido permanecer em funcionamento durante a pandemia. Assim já era antes da pandemia mas agora tornou-se o último e mais barato recurso do governo. 

A nossa casa tem sido e continua a ser um lugar de violência para muitas de nós e a pandemia nos confinou dentro delas, nos forçando a depender de relacionamentos frágeis, violentos e abusivos. O Estado continua a ignorar a violência doméstica e vemos a situação piorar com o confinamento.

Nos espaços de trabalho, representamos um número desproporcional de trabalhadores essenciais. Aqueles nas linhas de frente são esmagadoramente pessoas racializadas ou imigrantes. Somos nós quem mantém abertas as casas de repouso, supermercados, hospitais e creches. Este trabalho tem se tornado mais visível como essencial, mas o que trouxe para nós? Fomos enviados para o trabalho sem EPI e sem aumento nos nossos salários. Continuamos a ter trabalhos mal pagos, pagando pela pandemia com o nosso tempo, a nossa saúde e as nossas vidas.

A violência de gênero avança, os agressores são liberados de responsabilidade e estigma, e a humilhação e o silêncio permanecem. A polícia e o sistema judiciário continuam a ser parte do problema. Nas palavras das nossas irmãs chilenas: 

EL ESTADO NO ME CUIDA A MI ME CUIDAN MIS AMIGAS
O ESTADO NÃO CUIDA DE MIM, QUEM ME CUIDA SÃO AS MINHAS AMIGAS 

Chamamos a fazer greve no dia 8 de março porque recusamos ser ‘heróis e heroínas da nação’ ou ‘os anjos do lar’. Exigimos mudanças estruturais porque só ter visibilidade não é suficiente. Exigimos segurança para nós, respeito e o fim de um sistema formado por machismo, racismo e violência doméstica.

Se você quiser resistir e criar um futuro coletivo, chegou a hora de se envolver na Women’s Strike Assembly. 

Junte-se a nós: Quinta-feira 10 de dezembro, 19:30 GMT 

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