Sexta-feira, 8 de Março de 2019
Greve dxs Trabalhadorxs do Sexo 2019
Encontro às 19 em Leicester Square
No Dia Internacional da Mulher, nós protestamos contra as leis machistas, racistas e penais que põem em perigo a vida dxs trabalhadorxs do sexo. No dia 8 de março nós nos recusaremos a fazer sexo/trabalho por dinheiro e não realizaremos o trabalho doméstico, sexual e de assistência que se espera que façamos gratuitamente: os trabalhos que mantêm nossas comunidades, famílias e o sistema em que vivemos.
Estamos em greve para exigir a descriminalização para que possamos trabalhar coletivamente, assim nos mantendo segurxs e nos organizando por melhores condições de trabalho.
Muitxs trabalhadorxs em condições mais precárias, temem ser demitidxs e imigrantes receiam perder também o direito ao trabalho em consequência do Brexit. Consequentemente, os baixos salários, os cortes em programas sociais e empregos precários acabam por nos empurrar cada vez mais para o trabalho sexual. A resposta do Estado não foi reduzir a austeridade, mas sim reprimir xs trabalhadorxs do sexo.
A polícia invadiu bordéis, clubes de striptease e apartamentos, confiscou ganhos, ameaçou, prendeu e nos deportou. Multas são impostas e criminalizam aquelxs que trabalham nas ruas. Xs trabalhadorxs do sexo imigrantes são consideradxs indesejáveis, mantidxs em centros de detenção e deportadxs. Além disso, nos dizem que temos que ser salvos para o nosso próprio bem, e ainda por cima não acreditam quando falamos de casos reais de violência que sofremos.
No último ano, strippers de todo o país começaram a sindicalizar os seus locais de trabalho e a se posicionarem contra patrões e condições de exploração e ganho injustas. Temos de lutar com as nossas próprias vozes, sob o guarda-chuva (vermelho) do trabalho e dos direitos humanos. Lutamos contra a ideia de que o sexo por dinheiro tem de ser policiado e proibido pelo Estado a fim de proteger as mulheres. Nos juntamos para protestar contra as leis que nos castigam por tentarmos ganhar a vida. Encorajamos xs trabalhadorxs do sexo de todo o mundo a unirem-se e a criarem novas formas de protesto, para que todxs possam juntar-se à greve.
A criminalização do trabalho sexual faz parte de um sistema patriarcal e de classes que divide as mulheres entre BOAS e MÁS. As mulheres que não são trabalhadoras do sexo, também são oprimidas pela nossa exploração. Por isso, apelamos às feministas de todos os sexos para que façam greve conosco em 8 de Março!